Patologia Oral E Maxilofacial

As Lesões Orais e Maxilofaciais são inchaços, manchas ou feridas que podem ocorrer nos lábios, bochechas, palato (céu da boca), gengiva, língua, pele da face e pescoço. Nem sempre essas lesões vem acompanhadas de dor. Existem vários tipos de feridas e de enfermidades bucais. As mais comuns são as aftas, o herpes simples, a leucoplasia (placa branca) e a candidíase (sapinho). A mucosa bucal apresenta uma coloração rosa pálido e textura macia. Qualquer alteração em textura e cor pode significar um estado patológico. Manchas avermelhadas e esbranquiçadas, uma ferida que não cicatriza e sangra, um espessamento da mucosa e dores ao mastigar e deglutir podem ser sinais de anormalidade.

Se encontrar uma ferida em sua boca, não se alarme. Cerca de um terço de toda a população sofre ou sofrerá com isso em algum momento da vida. Contudo, as irritações e inflamações bucais podem ser muito dolorosas e interferir na fala e na mastigação.

Qualquer ferida que persista durante uma semana ou mais deverá ser examinada pelo seu dentista. Às vezes, é recomendável que se faça uma biópsia (retirada de tecido para exame) para que possamos detectar a origem da ferida, e para que se possa eliminar a suspeita de doenças mais sérias, como o câncer e AIDS.

O câncer de boca é uma lesão grave que possui tratamento e cura, desde que seja diagnosticado em seu início, sendo um tumor maligno que se desenvolve a partir de uma célula que sofre uma série de alterações genéticas. Essas alterações influenciam a diferenciação, o crescimento e a morte celular. A célula "defeituosa", diferentemente das outras, passa a se multiplicar desordenadamente, transformando-se num corpo estranho ao organismo.

A incidência mundial de câncer bucal varia de país para país (2% a 8%). No Brasil, as taxas são elevadas, sendo o câncer bucal o 6º tipo mais comum entre os homens e o 8º entre as mulheres (INCA - Instituto Nacional do Câncer, Ministério da Saúde, Brasil.

Os principais fatores de risco são: hereditariedade (casos de câncer bucal na família) uso do tabaco (fumo), consumo freqüente de bebidas alcoólicas e exposição excessiva à radiação solar.

As alterações que devem ser notadas são:

• Úlcera (ferida) que não cicatriza;

• Nódulo de crescimento rápido e indolor;

• Lesões brancas;

• Lesões negras ou escurecidas;

• Lesões vesiculo-bolhosas;

• Áreas avermelhadas na mucosa bucal;

• Dificuldade de movimentar a língua;

• Presença de sangue na saliva;

• Dentes com mobilidade repentina;

• Apinhamento dental repentino;

• Emagrecimento contínuo sem causa aparente;

• Dor ao deglutir (engolir) alimentos

• Alteração da voz (rouquidão);

• Mau hálito;

Quanto mais cedo for descoberto e adequadamente tratado, maior será a chance de cura e sobrevida do paciente. A expectativa de cura varia de 85% a 100% quando o câncer é diagnosticado e tratado na fase inicial.

O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca). O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista faz uso crônico de álcool.

Próteses mal ajustadas, dentes fraturados podem ser fatores desencadeantes dos tumores orais, os pacientes devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas. Evitar a exposição ao sol sem proteção é importante na prevenção do câncer do lábio.

A melhor forma de buscar tratamento para quaisquer alterações da região oral e maxilofacial é procurar um profissional especializado na detecção precoce destas lesões e tumorações. O diagnóstico precoce quase sempre significa um tratamento com cura definitiva e menos danos ao paciente. Em muitos casos, uma biópsia deve ser realizada.


A melhor forma de prevenção das doenças orais e maxilofaciais é o auto exame da boca e face. Veja abaixo como ele deve ser o auto exame.

Auto exame

O auto-exame deve ser feito em um local bem iluminado, diante do espelho. O objetivo é identificar lesões precursoras do câncer de boca. Devem ser observados sinais como mudança na cor da pele e mucosas, endurecimentos, caroços, feridas, inchações, áreas dormentes, dentes quebrados ou amolecidos e úlcera rasa, indolor e avermelhada.

Atenção: Lave bem a boca e remova próteses dentárias se for o caso.


De frente para o espelho, observe a pele do rosto e do pescoço. Veja se encontra algum sinal que não tenha notado antes. Toque suavemente com as pontas dos dedos todo o rosto.

Puxe com os dedos, o lábio inferior para baixo, expondo a sua parte interna (mucosa). Em seguida, apalpe todo o lábio. Puxe o lábio superior para cima e repita a palpação.


Introduza o dedo indicador por baixo da língua e o polegar da mesma mão por baixo do queixo e procure palpar todo o assoalho da boca.

Incline a cabeça para trás e abrindo a boca o máximo possível, examine atentamente o céu da boca. Palpe com o dedo indicador todo o céu da boca. Em seguida diga ÁÁÁÁ... E observe o fundo da garganta.


Ponha a língua para fora e observe a parte de cima. Repita a observação com a língua levantada até o céu da boca. Em seguida puxando a língua para esquerda, observe o lado esquerdo da mesma. Repita o procedimento para o lado direito.

Estique a língua para fora, segurando-a com um pedaço de gaze ou pano, apalpe em toda a sua extensão com os dedos indicadores e polegar da outra mão. Examine o pescoço. Compare os lados direito e esquerdo e veja se há diferenças entre eles.

Depois, apalpe o lado esquerdo do pescoço com a mão direita. Repita o procedimento para o lado direito, palpando com a mão esquerda. Veja se existem caroços ou áreas endurecidas.


Finalmente, introduza o polegar por debaixo do queixo e apalpe suavemente todo o seu contorno inferior.


O que procurar ?

• Mudanças na aparência dos lábios e da porção interna da boca

• Endurecimentos

• Caroços

• Feridas

• Sangramentos

• Inchações

• Áreas dormentes

• Dentes amolecidos ou quebrados

Faça o auto-exame da boca mensalmente.


Prevenção

• Evitar fumo e álcool;

• Evitar exposição continuada aos raios solares;

• Evitar traumas crônicos na mucosa bucal, tais como: prótese mal adaptada, coroas dentais fraturadas, raízes residuais, etc;

• Manter higienização adequada, escovando os dentes no mínimo 4 vezes ao dia, principalmente após a ingestão de qualquer alimento, fazer uso do fio dental e se auto-examinar continuadamente conforme descrição acima citada;

• Fazer alimentação balanceada e completa evitando fazer uso do açúcar em excesso (prevenção da cárie) e, principalmente, fora das refeições;

• Procurar seu Dentista ou Médico em caso de aparecimento de qualquer lesão que não regrida no espaço de 7/14 dias;


Diagnóstico

A confirmação diagnóstica é feita através de biópsia. As radiografias e TC podem ser úteis para averiguar o comprometimento de ossos como a mandíbula e a maxila.


Tratamento

A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca. Em se tratando de lesões iniciais, ou seja, restritas ao local de origem, sem extensão a tecidos ou estruturas vizinhas e muito menos a linfonodos regionais ("gânglios"), e dependendo da sua localização, pode-se optar ou pela cirurgia ou pela radioterapia, visto que ambas apresentam resultados semelhantes, expressos por um bom prognóstico (cura em 80% dos casos).

Nas demais lesões, se operáveis, a cirurgia está indicada, associada ou não à radioterapia.

Quando existe linfonodomegalia metastática (aumento dos "gânglios"), indica-se o esvaziamento cervical do lado afetado, sendo o prognóstico do caso bastante reservado. A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu sobremaneira, com a incorporação de técnicas de reconstrução imediata, permitindo largas ressecções e uma melhor recuperação do paciente. As deformidades, porém, são ainda grandes e o prognóstico dos casos, intermediário.

A quimioterapia é empregada nos casos avançados, visando à redução do tumor, a fim de possibilitar o tratamento posterior pela radioterapia ou cirurgia. O prognóstico nestes casos é extremamente grave, tendo em vista a impossibilidade de controlar-se totalmente as lesões extensas, a despeito dos tratamentos aplicados.

Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria Nacional de Assistência à saúde, Instituto Nacional do Câncer, Coordenação nacional do Controle do Tabagismo e Prevenção Primária do Câncer - INCA

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